Educação a Distância

A VITÓRIA DO ENSINO A DISTÂNCIA SOBRE O ENSINO PRESENCIAL

Ricardo Cassemiro

A vitória do EAD sobre o Ensino presencial

EAD PÓS PANDEMIAO QUE LEVOU O ENSINO ONLINE A SUPERAR O ENSINO PRESENCIAL

O recorde da EaD

No início da pandemia, em 2020, pessoas do mundo todo se viram obrigadas a se adaptarem a um “novo normal”, um novo jeito de viver, estabelecendo relações pessoais e profissionais via internet, de forma virtual.

Na área da educação não foi diferente. Com a suspensão das aulas presenciais em todo o país, a solução encontrada para dar continuidade à vida escolar de milhares de estudantes foi a adesão ao ensino online.

As áreas em que mais aumentou a procura por cursos online foram as de educação e tecnologia. Os principais motivos foram: a necessidade dos professores de se adaptarem às novas ferramentas digitais usadas no ensino; e a necessidade das pessoas que lidam com tecnologias educacionais atenderem a crescente demanda da migração para o online.

O ensino remoto já vinha atraindo cada vez mais adeptos, não só pela flexibilidade que oferece aos alunos para acompanhar as aulas, mas também por ser mais barato do que o ensino presencial.

E essa adesão não foi somente de quem migrou do presencial para o online, mas também de milhares de pessoas que ingressaram nos mais variados cursos (educação básica, graduação e pós-graduação, profissionalizantes, cursos livres, etc.) .

Mas foi a incerteza sobre o retorno às aulas presencias durante o isolamento social, desencadeado pela pandemia, que mais contribuiu para que a quantidade de alunos matriculados em cursos online disparasse nos últimos dois anos.

Em 2020, pela primeira vez na história, o número de matrículas em cursos a distância foi superior ao número de matrículas no ensino presencial, tanto na rede pública quanto na privada, tendo o maior número de ingressos nos cursos de graduação.

É o que mostra a última pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, referente a 2020, divulgada esse mês pelo Ministério da Educação.

Para especialistas da área, esse impulso na educação remota fez diminuir o preconceito com essa modalidade de ensino, pois evidenciou o quanto ela é eficaz e útil quando bem aplicado o seu método, proporcionando ao estudante desenvolver o senso de autonomia e responsabilidade pelo próprio conhecimento.


Desafios para a EaD no “pós-pandemia”

Estudar remotamente, por um período de tempo considerado prolongado (desde o início da pandemia, por exemplo), acabou tornando a prática do ensino online um hábito que representa uma mudança irreversível para o futuro da educação.

Pensando no fato de que as pessoas sentirão dificuldade de retomar ao ensino totalmente presencial, foi estabelecido pelo governo, mesmo com decretos diferentes para cada região do país, o retorno às aulas com o ensino híbrido.

Segundo o educador brasileiro Alfredo Freitas, Diretor de Educação e Tecnologia da universidade americana Ambra University “o mundo já se prepara para tornar o modelo híbrido de educação uma realidade mesmo após a pandemia”. 

Em diversos países da Europa, gestores públicos e privados já planejam formas para aprimorar os modelos híbridos de aprendizagem. E não para por aí. A tendência aponta para uma mudança ainda maior nesse cenário. 

Até 2030, a maior parte do ensino no mundo será personalizada e online, segundo os dados publicados no mapa World Innovation Summit for Education (Wise), organizado pela Fundação Qatar. 

Assim, a personalização do ensino remoto, para que se torne permanente e não provisório, tem sido um tema constante dos debates de diversos especialistas da área de educação, que defendem a oferta do ensino à distância, mas com a qualidade devida.

Essa inquietação é pautada em dados de pesquisas que revelam onde a modalidade à distância ainda esbarra: 

  • Em questões socioeconômicas, uma vez que ainda há uma parcela considerável da população que não tem acesso à internet, mesmo com o crescente aumento de usuários em todo o país;
  • Na adaptação das aulas para a metodologia à distância, pois não basta “transpor” conteúdos para ambientes virtuais de aprendizagem. É preciso um planejamento metodológico e pedagógico adequado para proporcionar ao aluno que se torne autônomo em sua aprendizagem.

O debate é necessário e positivo, pois traz ao conhecimento do grande público as novas tecnologias e ferramentas que colaboram para vencer essas barreiras, pois são recursos importantes para que o aluno se sinta motivado a seguir uma trilha de conhecimento e desenvolver seu aprendizado.

6 Motivos para investir em EaD

Em tempos de pós-pandemia, as mudanças geradas na área da educação abrem um leque de oportunidades para quem quer investir no ensino à distância, pois mesmo tendo batido recorde e superado o ensino presencial em número de matrículas, ainda há muito espaço para crescer.

As oportunidades abrangem desde cursos livres e profissionalizantes até cursos de ensino superior. Veja 6 razões pelas quais tornou-se um bom negócio investir em educação à distância:

1. Menor investimento

Os custos de produção de cursos online são bem menores do que os custos de oferta de cursos presenciais, pois não exige uma grande estrutura física. 

Será dispensável a contratação de muitos profissionais (professores e pessoal administrativo) ou despesas com ambiente presencial (aluguel de imóvel comercial, água, energia elétrica, etc.), com impostos, alimentação, transporte, entre outros.

Na maioria das vezes, é necessário basicamente a contratação de uma plataforma interativa e de qualidade para hospedagem dos cursos, ambiente para gravação de vídeo aulas e serviço de marketing digital (quando necessário).

2. Público numeroso

Ainda é grande o número de pessoas que não estão no universo online. Exemplo disso é o ensino superior, no qual somente 15,3% da população ingressou no ensino à distância, segundo as estatísticas apresentadas no Mapa do Ensino Superior no Brasil – 10ª Edição – 2020, realizado pelo Instituto SEMESP.

Isso evidencia a necessidade de uma expansão ainda maior da educação à distância para atender o, ainda, grande número de alunos que ingressam todos os anos em cursos de graduação e pós-graduação em todo o país.

3. Atuar em regiões com pouca ou nenhuma concorrência

No Brasil ainda existem muitas cidades com pouca ou nenhuma estrutura para abrigar instituições de ensino presenciais de boa qualidade e investidores não se animam a aplicar seus esforços nessas regiões.

Porém, quando se trata de ensino a distância há uma possibilidade maior de democratizar o acesso de milhares de pessoas que vivem em locais afastados dos grandes centros, pois essa modalidade surge como uma ferramenta capaz de diminuir essa desigualdade social.

Assim, investir em EaD torna-se uma ótima opção, pois além de possibilitar transformação para milhares de pessoas, proporciona retorno financeiro em uma área com pouca, ou nenhuma concorrência.

4. Oferta de cursos com preços mais acessíveis

Especialistas do mercado de trabalho estimam que o desemprego ainda vai demorar para ter uma retração, e muitas empresas continuam fechando as portas de seus estabelecimentos presenciais e migrando para o mundo digital.

Isso implica dizer que a busca por qualificação profissional se intensificou nos últimos dois anos, pois cada vez mais pessoas tentam se manter em seus empregos ou buscam uma nova oportunidade de trabalho.

Porém, com o poder aquisitivo menor da maioria da população, gerada pela crise na economia nacional, essa busca passa a ser por preços acessíveis. 

Nesse contexto, um diferencial altamente positivo do ensino à distância é o valor dos cursos, que são consideravelmente mais baratos do que os cursos presenciais, uma vez que o investimento é menor para produzi-los.

5. Menor evasão

No Brasil, a maioria da população integra as camadas sociais mais baixas, cuja realidade de vida envolve inúmeras atividades diárias que tornam uma necessidade conciliar o trabalho com os estudos.

Dentro desse cenário, a flexibilidade que a educação à distância proporciona facilita a organização das tarefas diárias de cada pessoa e contribui para que a aprendizagem seja mais proveitosa e prazerosa, uma vez que não haverá o estresse com a rigidez de horários, deslocamentos para as instituições de ensino, etc.

Tudo isso contribui para que o cancelamento ou trancamento de matrículas seja muito menor, comparado ao ensino presencial. Para quem investe em educação à distância isso significa menos perdas financeiras e menos instabilidade no fluxo de caixa da empresa.

6. Maior abrangência

Não é novidade para ninguém que a internet, desde quando surgiu, vem proporcionando o acesso à informação a milhares de pessoas no mundo, de modo cada vez mais rápido e interativo.

Segundo pesquisa promovida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e lançada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), em 2021 o Brasil já tinha 152 milhões de usuários de internet.

Isso significa que a oferta de cursos online acaba abrangendo uma gama de pessoas muito maior que a presencial, pois é feita pela internet e o total de usuários da rede atualmente representa 81% da população do país.

Esses e outros fatores demonstram que a educação a distância é uma nova oportunidade de empreendimento, altamente atrativa e que tem demonstrado um intenso crescimento nos últimos anos.

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