Ensino a Distância: democratização da aprendizagem

Não é novidade para ninguém que a educação a distância (EaD) não é mais uma tendência e, sim, uma realidade e que esta modalidade de ensino vem crescendo exponencialmente a cada ano.

A modalidade de educação à distância contribui, de forma democrática, para que várias pessoas possam realizar cursos de graduação, pós-graduação, cursos de extensão, cursos de MBA, cursos profissionalizantes e vários outros cursos de segmentos diversos.

Isso tem sido possível porque o acesso ao conhecimento está ao alcance de todos por meio da internet, possibilitando a qualquer pessoa se qualificar ou se atualizar de forma mais rápida e facilitada.

Assim, a democratização do ensino acontece justamente porque quebra a barreira geográfica e do tempo, uma vez que oportuniza às pessoas que o aprendizado se realize de qualquer lugar e na hora que lhes é mais conveniente.

Nesses tempos de pandemia, especificamente, tornou-se uma das práticas mais assertivas de ensino, uma vez que evita aglomerações e segue de maneira contínua com o isolamento social.

Embora a EaD tenha conquistado destaque durante o surto de Covid-19, essa modalidade de ensino não é nova e já vinha crescendo no Brasil nas últimas décadas.

O ensino à distância é um elemento facilitador da relação aluno x instituição. Por isso não podemos mais fechar os olhos para esta realidade porque ela veio para revolucionar a educação.

Principais fatores responsáveis pelo crescimento da EaD no Brasil

Existem alguns fatores que contribuem para o aumento do interesse pelo ensino à distância e, consequentemente, o seu crescimento exponencial.

Por isso é preciso entender por que é vantajoso apostar na educação a distância como meio abrangente e rentável para empreender e aprender.

1. Avanço da tecnologia e expansão e facilidade do acesso à internet

O avanço das telecomunicações e a modernização da tecnologia foram peças-chave para a mudança e adaptação do ensino a distância no país. Com cada nova tecnologia e cada nova mídia que surge, existem mais formas de alcançar um número ainda maior de pessoas. Mas isso não é tudo.

A facilidade do acesso à internet permite que cada vez mais pessoas estejam conectadas. Segundo dados do IBGE, mais da metade dos brasileiros já acessam a rede. Segundo o instituto, 116 milhões de pessoas estão conectadas, e isso representa pouco mais de 64% de toda a população do país.

Além disso, a facilidade de acesso em diversas plataformas (smartphones, tablets, computadores, TV) faz o acesso à EaD ser mais democrático e abrangente.

2. Flexibilidade

Ter flexibilidade é um dos principais fatores que fazem com que a EaD seja escolhida por muitas pessoas, que podem optar pela hora que melhor lhe convém para poder estudar, principalmente aqueles com uma rotina muito corrida.

A flexibilidade não é apenas de horário, mas também geográfica, pois as pessoas podem assistir as aulas online de qualquer lugar, desde que tenham acesso à internet.

3. Comodidade

A educação à distância proporciona que os cursos online possam ser assistidos em qualquer lugar, o que traz muita comodidade.

Isso significa dizer que você tem a possibilidade de escolher acessar suas aulas no conforto da sua casa, ou no seu trabalho, ou em algum espaço público ou até mesmo quando estiver se deslocando, no metrô por exemplo, desde que seja possível o acesso à internet.

4. Redução de custos

A EaD proporciona redução de custos para todos os envolvidos: alunos, professores, gestores e donos de instituições de ensino. Vamos ver como todos ganham investindo na educação remota?

A economia começa pelo tempo. O tempo é um dos fatores de maior valor no mundo contemporâneo. E quanto mais você foca na economia de tempo, melhor para sua vida profissional e pessoal. 

No trabalho, o tempo está diretamente ligado à produção, porque implica em uma entrega mais ágil dos resultados. Na vida pessoal está ligado à qualidade de vida, pois haverá mais tempo para estar com a família ou realizar atividades que lhe dão bem-estar físico e emocional.

E se tratando de realizar cursos e treinamentos de forma remota, você economiza não só o tempo que gastaria com o deslocamento até uma instituição de ensino, mas o tempo de realização das atividades, que são mais dinâmicas e de entrega rápida.

Estudar, assim como ensinar a distância, é mais barato do que estudar presencialmente. Geralmente, as mensalidades dos cursos e treinamentos possuem preços mais acessíveis, uma vez que o custo operacional para ofertar um curso a distância é muito menor.

Há economia também do transporte. Como não há deslocamento até a instituição de ensino, alunos, professores e gestores se beneficiam dessa redução de custos.

Para quem utiliza transporte público, economiza nas passagens. Para quem utiliza veículo próprio, economiza no combustível, na manutenção, e tickets de estacionamento, pois tudo pode (e deve) ser colocado na ponta do lápis. 

A economia se estende aos materiais didáticos, pois na educação a distância quase não há gastos com livros ou apostilas, uma vez que é disponibilizado um acervo em biblioteca virtual, ou repositórios de conteúdos, os quais os alunos e professores têm acesso livre e ilimitado.

Estudando a distância você também reduz seus gastos com alimentação, que provavelmente teria em função do tempo que estaria, presencialmente, realizando um curso ou treinamento.  

E para donos de escolas alguns gastos são inexistentes na hora de criar um curso online. Por não precisar de um espaço físico, passam a não ter custos com aluguel de salas de aula, mobiliário, equipamentos, água, energia elétrica, e tudo que seja necessário para manter uma instituição de ensino física funcionando.

Assim, com a redução de gastos, a EAD torna-se muito mais acessível, o que possibilita que mais pessoas sejam alcançadas e beneficiadas.

5. Atualização/recolocação profissional

O mercado de trabalho tem se tornado cada vez mais exigente e quem não se mantém atualizado acaba perdendo oportunidades. Assim, muitas pessoas realizam cursos e treinamentos para melhorarem suas chances de se manter ativo e atraente ao mercado.

Porém, quem tem uma rotina longa geralmente tem o tempo escasso e, por isso, acaba optando pela EaD quando quer ou precisa aprender algo novo para se manter atualizado profissionalmente, pois as aulas virtuais são excelentes soluções para isso.

A busca por uma recolocação profissional também se configura em um importante fator responsável pelo crescimento da EaD, pois os cursos online são os mais procurados por quem busca por uma nova oportunidade de emprego.

Realizando cursos online a pessoa tem acesso a nichos de mercado diferentes por um preço mais acessível e tem a oportunidade de realizar um networking de forma mais ampla, mais abrangente.

6. Aumento da confiança na qualidade dos cursos online

Muitos defendiam que um diploma ou certificado de um curso a distância valia menos do que um curso presencial, mas isso não é verdade.

Por lei, o diploma de conclusão de um curso na modalidade a distância, de graduação, por exemplo, é validado pelo MEC e tem o mesmo valor que um curso tradicional, além de não vir discriminado em qual modalidade de ensino o aluno estudou.

Esse tipo de confiança representa, também, um outro fator importantíssimo que está ajudando a impulsionar o EAD no Brasil.

7. Maior controle do aluno

Estudar à distância requer muita disciplina do aluno, que precisará fazer uma boa gestão do seu tempo. Porém, ser protagonista em seu próprio aprendizado é uma das vantagens mais expressivas do ensino a distância.

Ele poderá imprimir seu próprio ritmo, da forma que contribuir melhor para o seu aprendizado, pois na EaD é ele que tem o controle.

Na educação tradicional é muito mais difícil atender necessidades específicas de cada aluno, pois há um padrão mais rígido no qual todos os alunos são enquadrados

Na EaD, o aluno pode adequar a aprendizagem às suas características e ter maior controle da sua própria evolução, além da liberdade de buscar outras fontes de informação e, claro, com muito aporte de tecnologia constantemente.

Tendências para o futuro da EaD

Existem novas tendências em relação a metodologias que vem aperfeiçoando a EaD e levando-a a um patamar mais eficiente e atrativo para quem quer utilizar e/ou investir em e-learning de forma mais confiável e segura.

 1. Ensino híbrido (blended learning)

Trata-se do conceito de educação com o uso constante de tecnologias na sala de aula tradicional.

Esse tipo de ensino pode ser considerado uma proposta inovadora para a educação, uma vez que permeia espaços e tarefas diversificadas permitindo que aplicação de diversas formas de aprendizagem.

Esse modelo de ensino proporciona uma atualização para que o conhecimento seja facilmente transmitido e adquirido.

Nesse contexto surge a figura do tutor, que é um mediador dos saberes, que instiga os alunos a pesquisarem mais e que usa a tecnologia a favor da aquisição de informações.

No ensino híbrido o estudante pode ter acesso a aulas online ou presenciais com o apoio das plataformas de ensino, aplicativos e mídias informativas.

No entanto, não é somente a mistura do virtual com o presencial que caracteriza o modelo híbrido, mas também a forma com que o aluno aprende, sendo de forma individual ou colaborativa.

2. Realidade virtual e aumentada

Instituições de ensino de diversas partes do mundo estão investindo em laboratórios e centros dedicados à pesquisa de realidade virtual e realidade aumentada.

Essas tecnologias têm o objetivo de trazer para a educação experiências do mundo real durante as aulas.

Apesar de similares em muitos aspectos, as chamadas tecnologias imersivas possuem diferenças importantes em sua proposta.

A realidade virtual proporciona experiência de imersão virtual total, deslocando o usuário do mundo real para outro totalmente simulado por computador e a experiência acontece por meio de óculos especiais.

Já a realidade aumentada é uma tecnologia que insere elementos virtuais em ambientes reais, tais como imagens, vídeos, objetos 3D, games, links externos, etc. Para acessar, basta ter um smartphone ou tablet compatível com aplicações de realidade aumentada, ou ainda por meio de óculos especiais.

Essas tecnologias têm o objetivo de trazer para a educação experiências do mundo real durante as aulas.

3. Gamificação

Atualmente, os jogos digitais estão, cada vez mais, sendo inseridos nas escolas e se tornando uma grande aliada no processo de ensino-aprendizagem.

A gamificação é baseada na utilização de elementos de jogos digitais (avatares, desafios, rankings, prêmios etc.) em contextos diferentes da sua proposta original.  

Características inerentes ao jogo, como a competição, os feedbacks instantâneos, a evolução e a recompensa (premiação) são utilizadas nas propostas pedagógicas da gamificação.

O uso de jogos e sua dinâmica atrai a atenção de públicos diversos, o que colabora para um aprendizado dinâmico, divertido e eficiente.

Os jogos estão cada vez mais aperfeiçoados, possibilitando uma interação melhor e isso faz com que, cada vez mais, eles sejam explorados em vários cursos online, com uma tendência de crescimento exponencial.

4. Mobile learning (m-learning)

Já a algum tempo que o aprendizado móvel, ou seja, a partir da utilização de smartphones e tablets, já é realidade para muitas pessoas.

Assim, m-Learning ou Mobile Learning (aprendizado móvel) pode ser definido genericamente como sendo uma modalidade de aprendizagem que ocorre através de dispositivos eletrônicos móveis, de fácil manuseio. 

É uma modalidade de ensino e aprendizagem que abre um leque de novas oportunidades para o futuro, uma vez que permite levar a educação a locais de difícil acesso, por exemplo.

Esta é uma forma de reduzir o tempo reservado apenas para o aprendizado, permitindo também a atualização mais rápida de conteúdos, em relação aos métodos mais tradicionais de ensino.

5. Inteligência Artificial (AI)

O uso de tablets, computadores e celulares em salas de aula é muito comum hoje em dia em diversos segmentos da educação, desde a educação básica até os centros universitários.

E esses aparelhos e suas ferramentas estão sendo, cada vez mais, dotados de inteligência artificial, que é um avanço tecnológico que permite que sistemas simulem uma inteligência similar à humana.

Isso permite que os sistemas tomem decisões de forma independente, precisa e apoiada em dados digitais, multiplicando a capacidade racional do ser humano de resolver problemas práticos, simular situações, pensar em respostas, etc.

Você já conhece o impacto positivo da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, e a inteligência artificial é vista como uma tendência que poderá transformar ainda mais a experiência dos alunos.

6. Machine learning

O machine learning (aprendizado de máquina) parte da ideia de que os computadores podem aprender e realizar tarefas específicas sem intervenção humana, a partir de análise de dados.

Isso significa que, em vez de programar regras para uma máquina e esperar o resultado, conseguimos deixar que a máquina aprenda essas regras por conta própria a partir dos dados, chegando ao resultado de forma autônoma.

A partir do machine learning, que é uma importante tendência da educação, é possível aplicar cálculos matemáticos complexos, analisar dados cada vez mais rápido e entregar resultados mais precisos.

7. Big Data

O big data está conquistando espaço na educação, onde suas possibilidades de uso são variadas. Elas podem ser aplicadas tanto para tornar a gestão de uma escola mais eficaz como para melhorar o desempenho dos alunos.

Big Data é a análise e a interpretação de grandes volumes de dados de grande variedade. Para isso são necessárias soluções específicas para big data que permitam a profissionais de TI trabalhar com informações não-estruturadas a uma grande velocidade.

Por meio do big data, plataformas de tecnologia educacional conseguem explorar dados com o objetivo de acompanhar e avaliar o desenvolvimento dos estudantes.

Assim, à medida em que um aluno estuda e completa exercícios em uma plataforma online, o sistema consegue identificar os assuntos que ele domina, as lacunas na aprendizagem e até mesmo sugerir roteiros de estudo que se adequem às suas dificuldades.

Por isso, na educação a distância, o big data vem para ajudar a encontrar soluções eficientes para o processo de ensino e aprendizagem.

8. Sala de aula invertida

A lógica da sala de aula invertida é utilizar as ferramentas da educação a distância para que os alunos conheçam os conteúdos que vão estudar em sala de aula antes mesmo de chegar na instituição de ensino.

A ideia é que o aluno absorva o conteúdo através do meio virtual e ao chegar na sala presencial ele já esteja ciente do assunto a ser desenvolvido. 

Assim, cria-se uma maior agilidade para desenvolver as atividades em sala de aula com a colaboração dos alunos.

A EaD traz o conceito de interatividade à tona, de forma cada vez mais eficiente e a sala de aula invertida proporciona essa interatividade, pois se vale de todos os recursos, funcionalidades e benefícios do ensino online e da aprendizagem móvel.

9. Adaptive learning

A cada dia surgem novas formas mais eficientes de se trabalhar o processo de ensino online. A adaptive learning, ou aprendizagem adaptativa, ou ainda aprendizagem orientada, tem como foco os conhecimentos adquiridos por cada aluno ao longo do tempo.

Na adaptive learning as plataformas são desenvolvidas para propor atividades diferentes para cada estudante, a partir da observação e da coleta de dados sobre sua performance, suas respostas e suas reações diante de tarefas.

Assim, os programas identificam as dificuldades dos alunos de modo que o professor consegue pensar em maneiras de diminuir essas dúvidas, o que leva ao aperfeiçoamento da aprendizagem.